Nestes tempos de reflexão sobre os 35 anos do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita no Brasil, ousamos, dentro de nossa limitação doutrinária, traçar algumas reflexões. Sem dúvida, o ESDE é uma significativa ferramenta para o Estudo na Casa Espírita. Aqui em Barra Velha, litoral norte de Santa Catarina, já completamos todo o ciclo (apostilas I, II e tomo único) da nova edição da FEB e completamos também algumas apostilas anteriores, também da FEB, Feparaná e também na Mediunidade, com apostilas igualmente febianas.

Essa sistematização não vem, digamos, diretamente da Espiritualidade Superior (não pelo menos no grau que temos quando nos deparamos com as Obras Básicas), e pode suprimir trechos importantes da Codificação que chegaram para nós justamente como o Codificador queria que chegasse: na mesma ordem metodológica e didática que sabemos que o Senhor Allan Kardec usou, desdobrando sua primeira obra em quatro outros livros, a partir dos livros (ou sublivros) de "O Livro dos Espíritos".
Desde 2009, em Barra Velha, nós apostamos no Estudo Sequencial. Primeiro, o Sequencial: "O Livro dos Espíritos", "O Livro dos Médiuns" (que ainda não fizemos), "O Evangelho Segundo o Espiritismo", já completado. Já completamos igualmente "O Céu e o Inferno" e "A Gênese" também. E outras ricas e oportunidades obras sequenciais: "O Consolador", "Nosso Lar", "Os Mensageiros” (em andamento), "O Espírito e o Tempo" (recentemente concluído, fantástico livro), e agora estamos em "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", Léon Denis. Claro que isso dividido em dias e horários diferentes, com monitores diferentes. E junto disso, o ESDE, nas segundas-feiras, recentemente concluído.
Vejam bem: não estou minimizando a importância do ESDE ou qualquer outra estratégia de aprendizagem, pois como bem lembrou o confrade Marcelo Henrique Pereira, de São José, Santa Catarina, o Codificador (em “Obras Póstumas”, no “Projeto 1868”, que todos deveriam ler e reler), foi profético ao recomendar a preparação e profusão de “Um curso regular de Espiritismo”, o qual seria “professado com o fim de desenvolver os princípios da Ciência e de difundir o gosto pelos estudos sérios”. Continua Kardec frisando que “este curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as ideias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns”.
Vimos, por nós próprios, que apenas recomendar que o estudioso da Doutrina Espírita leia as Obras Básicas em casa, por si só, não basta. Muitos não chegam nem a "O Que é o Espiritismo?". Absoluta maioria sequer abriu as páginas da Revista Espírita (inclusive eu, que concluí e parei na primeira delas).
Aí, uma casa espírita que oferece apenas a leitura em apostilas durante 5, 10, 15 anos, correrá o risco de ao final perguntar quem conhece a fundo o conteúdo, por exemplo, do "O Livro dos Espíritos", e receber apenas a resposta: "É, conheço, mas trechos dele...". Será um conhecimento fragmentado. "Picotado".
Chegamos à conclusão que na casa espírita, o primeiro deve ser mesmo o ESTUDO SEQUENCIAL. A apostila vem depois. É complemento, é imprescindível, vem como referencial teórico, acrescido de excelentes trechos de ótimas obras, vasta bibliografia e todas as vantagens citadas acima. Essa é nossa modesta opinião.
Por hora, rogamos as bênçãos do Cristo aos lutadores, dos Dois Planos, dessa excepcional proposta de estudo e metodologia elaborada nos últimos 35 anos chamada “ESDE”. Mas ousamos dizer: "Em primeiro, Kardec por Inteiro!"
Juvan Neto
C. E. Jesus de Nazaré
Barra Velha - SC.
Leia mais: http://www.cejn.org.br/news/noticias-estudo-sequencial-ou-sistematizado-reflex%c3%b5es-nos-35-anos-do-esde-/